Alexandre Padilha foi a local onde corpos estão sendo reconhecidos, no RS.
Segundo Defesa Civil, 233 pessoas morreram: 120 homens e 113 mulheres.
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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou neste domingo (27), em entrevista coletiva, que a prioridade é salvar a vida das pessoas que ficaram feridas no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria(RS), ocorrido durante a madrugada. Autoridades da Defesa Civil do Rio Grande do Sul informaram que 233 pessoas morreram na tragédia, 120 homens e 113 mulheres.
Segundo Padilha, 92 feridos no incêndio estão internados em hospitais de Santa Maria. Outras 14 pessoas foram transferidas para a capital Porto Alegre.
Ele alertou ainda que é possível que as pessoas expostas à fumaça possam sofrer da chamada pneumonia química (quando há inalação de fumaça tóxica).
Conforme informações preliminares da tragédia, o incêndio teria começado por volta das 2h30, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico.
As faíscas teriam atingido a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, e iniciado o fogo, que se espalhou pelo estabelacimento em poucos minutos. O incêndio provocou pânico, e muitos presentes não conseguiram acessar a saída de emergência.
O número de pessoas que estavam na boate ainda não foi confirmado. A festa "Agromerados" reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de Pedagogia, Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia e dois cursos técnicos.
Prioridade é 'salvar vidas'
Padilha disse que, além de salvar vidas dos feridos, agentes de saúde também ficarão focados no atendimento aos familiares das vítimas e no monitoramento do estado de saúde daqueles que estavam no local do incêndio. "A primeira prioridade é buscar salvar as vidas que podemos salvar ainda", disse o ministro.
Padilha disse que, além de salvar vidas dos feridos, agentes de saúde também ficarão focados no atendimento aos familiares das vítimas e no monitoramento do estado de saúde daqueles que estavam no local do incêndio. "A primeira prioridade é buscar salvar as vidas que podemos salvar ainda", disse o ministro.
"Temos 92 pacientes internados nos hospitais de Santa Maria. [...] A maior parte desses pacientes por intoxicação respiratória. Neste momento, pacientes queimados são minoria", afirmou Padilha. Ele esclareceu que cerca de 20% do total de feridos internados, 16 pessoas, são "grandes queimados".
As unidades que receberam os feridos em Santa Maria foram Hospital de Caridade, Hospital Universitário de Santa Maria, UPA 24 horas, Hospital do Exército e Hospital São Francisco. O ministro afirmou que cerca de 30 pacientes internados respiram com a ajuda de aparelhos.
Segundo Padilha, os 14 feridos transferidos para Porto Alegre têm características de queimaduras. Na capital gaúcha, segundo o ministro, foi montada uma estrutura de referência de UTI para pacientes que precisavam de maior suporte médico.
O ministro informou ainda que, dos 92 internados na cidade da tragédia, mais 11 devem ser levados para Porto Alegre. "São pacientes que têm queimaduras, mas cuja principal gravidade é a intoxicação. Cinco estão no Hospital Caridade e seis no Hospital Universitário", disse. "Vamos continuar avaliando e, se existir necessidade, faremos a remoção de mais pacientes".
Identificação difícil
Durante a coletiva de imprensa, realizada por volta de 17h30, autoridades destacaram que 115 vítimas fatais já foram identificadas, sendo que 43 já tiveram os corpos liberados.
Durante a coletiva de imprensa, realizada por volta de 17h30, autoridades destacaram que 115 vítimas fatais já foram identificadas, sendo que 43 já tiveram os corpos liberados.
Alexandre Padilha disse que a identificação dos corpos é difícil porque muitas vítimas não estavam com seus documentos. "Parte das pessoas estava sem identificação, com documentos nas bolsas. Então, há um esforço na identificação".
O ministro da Saúde falou também que a segunda prioridade do poder público será "aliviar o sofrimento e dar suporte médico e psicológico aos familiares das vítimas fatais. Em relação a outras pessoas que estavam na boate, o ministro disse que a situação será monitorada. Para isso, haverá reforço na estrutura do pronto atendimento.
"É comum que parte das pessoas que estavam no local, mas num primeiro momento não sentiram quadro grave, não procurem atendimento. Mas três, quatro dias depois, apresentem tosse e falta de ar que pode evoluir para uma pneumonia química grave".
'Apuração exemplar'
Durante a coletiva, o ministro da Saúde disse que ficará em Santa Maria (SC) para monitorar a situação e que a presidente Dilma Rousseff "determinou que o governo federal dê todo o apoio para aliviar o sofrimento e salvar vidas" da tragédia.
Durante a coletiva, o ministro da Saúde disse que ficará em Santa Maria (SC) para monitorar a situação e que a presidente Dilma Rousseff "determinou que o governo federal dê todo o apoio para aliviar o sofrimento e salvar vidas" da tragédia.
"É um momento triste. É triste imaginar que isso aconteceu com jovens que estavam se divertindo. Por isso a gente quer se solidariezar com a dor. [...] É preciso uma apuração exemplar das responsabilidades dessa tragédia", pediu.
Doação de sangue e medicamentos
Padilha destacou ainda que, no momento, não há necessidade de doação de sangue nem de medicamentos para os feridos na cidade de Santa Maria. "O Hemocentro informou que está com estoque completo e que, neste momento, não precisaria do aumento da doação de sangue", afirmou.
Padilha destacou ainda que, no momento, não há necessidade de doação de sangue nem de medicamentos para os feridos na cidade de Santa Maria. "O Hemocentro informou que está com estoque completo e que, neste momento, não precisaria do aumento da doação de sangue", afirmou.
"Vamos continuar acompanhando a situação. [...] É comum querer ajudar nessa situação, o brasileiro é muito solidário, mas é preciso que seja uma contribuição demandada pela coordenação da Defesa Civil. Não houve e não há necessidade de doação de medicamentos e insumos. O que foi necessário foi cedido do Ministério da Saúde".
Alvará de boate estava vencido
O alvará de funcionamento da boate Kiss estava vencido desde agosto de 2012, segundo o comandante do Corpo de Bombeiros da Região Central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuchs. Ele disse que o documento serve para atestar as condições de prevenção e combate a incêndios.
O alvará de funcionamento da boate Kiss estava vencido desde agosto de 2012, segundo o comandante do Corpo de Bombeiros da Região Central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuchs. Ele disse que o documento serve para atestar as condições de prevenção e combate a incêndios.
"Está vencido desde agosto. O alvará é necessário para o funcionamento da casa na sua normalidade", disse ao G1.
Dono da boate presta depoimento
O proprietário da boate Kiss e os integrantes da banda prestaram depoimento à polícia na tarde deste domingo, em Santa Maria. De acordo com o chefe de Polícia Civil do estado, delegado Ranolfo Vieira Junior, diversas pessoas já foram ouvidas para tentar esclarecer as causas do fogo que teria começado por volta das 2h30 quando o vocalista da banda Gurizada Fandangueira teria usado um sinalizador.
O proprietário da boate Kiss e os integrantes da banda prestaram depoimento à polícia na tarde deste domingo, em Santa Maria. De acordo com o chefe de Polícia Civil do estado, delegado Ranolfo Vieira Junior, diversas pessoas já foram ouvidas para tentar esclarecer as causas do fogo que teria começado por volta das 2h30 quando o vocalista da banda Gurizada Fandangueira teria usado um sinalizador.
"Várias pessoas já foram ouvidas pela polícia, inclusive o dono do boate. Ele se apresentou à policia. Integrantes da banda também estão colaborando. Amigos, familiares, testemunhas... Tudo o que poderia ser feito numa situação como essa está sendo feito", disse o delegado ao G1 sem revelar o teor dos depoimentos.
Conduta de seguranças será apurada
As causas do incêndio serão investigadas pela Brigada Militar e demais órgãos de segurança do estado. Após relatos de testemunhas, a polícia apura a suspeita de que os seguranças da boate tenham impedido a saída de frequentadores do local no início da confusão, por volta das 2h, quando a casa noturna começou a pegar fogo.
As causas do incêndio serão investigadas pela Brigada Militar e demais órgãos de segurança do estado. Após relatos de testemunhas, a polícia apura a suspeita de que os seguranças da boate tenham impedido a saída de frequentadores do local no início da confusão, por volta das 2h, quando a casa noturna começou a pegar fogo.
De acordo com o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Altair de Freitas Cunha, as condições de prevenção contra incêndio da casa também serão apuradas. "Recebemos alguns relatos de que os seguranças teriam barrado as pessoas até que elas pagassem a conta, mas isso são apenas relatos, não conseguimos confirmar. Também estamos apurando o que provocou o incêndio e as condições de prevenção da casa", disse ao G1 o coronel, que também está em Santa Maria acompanhando de perto os trabalhos.
O coronel Guido, comandante do Corpo de Bombeiros, também disse que algumas pessoas presentes na festa relataram que seguranças da boate trancaram a porta de saída durante o incêndio. "Vi as pessoas amontoadas e mortas perto da saída", disse o coronel.
"A maioria das pessoas acaba morrendo por asfixia, inalação da fumaça tóxica. Queimados mesmo ali foram poucos. O que matou foi pânico, inalação da fumaça tóxica e dificuldade em sair", completou.
Segundo Rodrigo Moura, um dos seguranças da boate, vigilantes tentaram pegar extintor de incêndio, mas o fogo logo tomou conta do local rapidamente. Ele disse que Começou então um pisoteamento e que só algumas pessoas puderam ser resgatadas. "Alguns colegas de trabalho faleceram também. Só quem estava ali viu, (foi um) filme de terror", afirmou.
Dilma visita feridos e famílias
Por volta das 14h deste domingo (27), a presidente Dilma Rousseff esteve no Hospital de Caridade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde visitou feridos do incêndio na boate Kiss. Após passar pelo hospital, a comitiva presidencial se dirigiu ao ginásio do Centro Desportivo Municipal, onde está ocorrendo o reconhecimento dos corpos das vítimas da tragédia.
Por volta das 14h deste domingo (27), a presidente Dilma Rousseff esteve no Hospital de Caridade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde visitou feridos do incêndio na boate Kiss. Após passar pelo hospital, a comitiva presidencial se dirigiu ao ginásio do Centro Desportivo Municipal, onde está ocorrendo o reconhecimento dos corpos das vítimas da tragédia.
Dilma conversou com alguns familiares que aguardam para fazer o reconhecimento dos corpos, mas, muito emocionada, logo deixou o local sem falar com a imprensa.
"Ela esteve no local onde estão as famílias, conversou com alguns, mas está muito emocionada, é um clima que ninguém queria vivenciar. Queremos dar todo o apoio ao trabalho que está sendo feito. Queremos respostas", disse o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que acompanhava a presidente.
Dilma cancelou três reuniões bilaterais que teria neste domingo (27) no Chile e embarcou ainda pela manhã para Santa Maria. Em entrevista antes da viagem, ela disse que mobilizou os ministros para monitorar e que o governo federal fará "tudo o que for necessário". Emocionada, a presidente lamentou a tragédia.
"Eu queria dizer à população do nosso país e de Santa Maria o quanto, nesse momento de tristeza, estamos juntos. E necessariamente iremos superar, mantendo a tristeza", disse com a voz embargada.
Mais cedo, ela telefonou para o governador gaúcho Tarso Genro e ofereceu "toda ajuda necessária" para lidar com a situação.
"A presidenta telefonou para o governador Tarso Genro e ofereceu toda a ajuda necessária. Ela determinou a todos os ministros que deem apoio em suas respectivas áreas", informou a assessoria de imprensa do Planalto.
Tarso lamenta tragédia e decreta luto
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, manifestou no Twitter o seu pesar pelas mortes provocadas pelo incêndio ocorrido na madrugada. O chefe do Executivo no estado afirmou ainda que se deslocará até a cidade para acompanhar o trabalho dos Bombeiros e da Polícia Civil, que realizam a retirada e a identificação dos corpos.
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, manifestou no Twitter o seu pesar pelas mortes provocadas pelo incêndio ocorrido na madrugada. O chefe do Executivo no estado afirmou ainda que se deslocará até a cidade para acompanhar o trabalho dos Bombeiros e da Polícia Civil, que realizam a retirada e a identificação dos corpos.
"Domingo triste! Estamos tomando as medidas cabíveis e possíveis. Estarei em Santa Maria no final da manhã", escreveu o governador na rede social. O governadordecretou luto oficial de sete dias no estado.
Em pronunciamento oficial, ele classificou o caso como uma "tragédia brutal" e manifestou solidariedade e apoio às famílias das vítimas. "Essa é uma tragédia brutal para o estado e para o país. Estamos empenhados em dar o apoio necessário para que tenhamos um levantamento completo para poder fazer um inquérito policial de alto nível e prestar esclarecimentos, inclusive em relação às causas do incêndio", salientou. "Esse é um momento de compartilhar a dor e demonstrar solidariedade a essas famílias. É um momento muito duro para todos nós e precisamos dar uma resposta à altura", disse.
Prefeitura decreta luto oficial de 30 dias
O prefeito de Santa Maria (RS), Cezar Schirmer, decretou luto oficial de 30 dias pelas mortes ocorridas durante incêndio em uma boate e que vitimou pelo menos 232 pessoas. De acordo com o secretário de Relações de Governo e Comunicação, Giovani Manica, é a primeira vez que um luto tão extenso é decretado na cidade.
O prefeito de Santa Maria (RS), Cezar Schirmer, decretou luto oficial de 30 dias pelas mortes ocorridas durante incêndio em uma boate e que vitimou pelo menos 232 pessoas. De acordo com o secretário de Relações de Governo e Comunicação, Giovani Manica, é a primeira vez que um luto tão extenso é decretado na cidade.
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FONTE: G1 Rio Grande do Sul - RBS TV
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