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terça-feira, 23 de abril de 2013

SITUAÇÃO TRISTE DA AGRICULTORA SOCORRO CARNEIRO GOMES. TEVE QUE RECOLHER OS RESTOS. MELHOR DO QUE NADA.

23/04/2013 19h28 - Atualizado em 23/04/2013 20h00 Estiagem severa em PE afeta estoque de plantas para alimentar rebanhos Milho, cana-de-açúcar e palma estão acabando com a falta d'água. Agricultor defende o cultivo adequado da palma para alimentar os bichos. Do G1 PE Comente agoraA alimentação dos animais está sendo fortemente afetada com a seca que atinge o interior pernambucano, considerada há maior em décadas. Os estoques de milho, cana e plantas como a palma, todos usados para alimentar os rebanhos, estão acabando. O que resta são as plantas nativas. “A gente tira macambira, mandacaru, enquanto tem, pra poder ir misturando”, diz o criador Odon Cruz Filho. A cana-de-açúcar, trazida da Zona da Mata de Pernambuco para os criadores de animais, não chega para quem precisa. A agricultora Socorro Carneiro Gomes conta que conseguiu 600 quilos da planta no Parque de Exposições de Itaíba, no Agreste. “[Vou] aproveitar pra dar aos bichos [que estão] morrendo de fome. Já morreram oito vacas minhas de fome. Tudo morrendo de fome lá no sítio. Tem que aproveitar, né?”, diz a mulher. No Agreste, costuma chover de abril a agosto. No Sertão, entre janeiro e abril. Na época do inverno, os moradores aproveitam a abundância para abastecer os depósitos de água e comida. Com a estiagem, o estoque não rendeu: desde maio de 2011 quase não cai uma gota d´água. São dois anos inteiros de terra esturricada. O criador de animais Valfrido Alves de Freitas, de 86 anos, afirma que nunca viu seca como a que a região vivencia atualmente. “Nunca vi uma seca dessa na minha vida. Já vi seca, mas aqui, acolá tinha uma palma, tinha uma água. mas não tem nada disso aqui mais”, explica. Os roçados de palma entraram em colapso. A planta foi trazida para o Nordeste por causa da praga cochonilha-do-carmim, que atacava a planta e era usado para tingir roupas nas fábricas de tecidos de Paulista, na Região Metropolitana do Recife. Quando se percebeu que este cacto era excelente alimento para os animais, começou-se a fazer plantio com essa finalidade. saiba mais Para pesquisador de PE, conviver com a seca é a melhor saída Em PE, criadores lamentam rastro de miséria deixado pela estiagem Seca deixa aviários de São Bento do Una, PE, vazios há dois meses Com a seca, criadores de PE já perderam 960 mil cabeças de gado A palma que durante décadas salvou rebanhos é originária do México, onde, de acordo com os agrônomos, é plantada como uma planta nobre - come se faz com o milho, o arroz, o feijão, a soja. Segundo os especialistas, no Nordeste não se deu à palma forrageira o valor que ela tem e o roçado encolheu. “Essa palma é consequência da seca, falta de água mesmo, falta de chuva. Devido a essa seca, que a gente vem enfrentando desde 2011”, afirma o agricultor Adilson da Silva. Ele contava com a palma para alimentar os animais. O agrônomo João Suassuna, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, defende o cultivo adequado da palma, com aragem, adubação e correção do solo. “É uma solução, porque você pode plantar ela como se fosse plantar uma cultura nobre, como outra qualquer, e através da palma, você pode obter 400 toneladas num hectare e pode ter outros usos também. Pode alimentar as pessoas: suco de palma, você pode fazer um guisado, quer dizer, agrega valor em cima dessa cultura, que eu volto a dizer, é a cara do Nordeste”, enfatiza. F O N T E: G1 PERNAMBUCO GLOBO NORDESTE - www.pe360graus.com

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