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sábado, 7 de novembro de 2015
O ROMPIMENTO DA BARRAGEM EM MARIANA-MG., ALÉM DO ESTRAGO QUE JÁ CAUSOU, AINDA PODE TRAZER SÉRIAS CONSEQUÊNCIAS EM 15 CIDADES DE MINAS GERAIS E ESPÍRITO SANTO.
Onda de lama ameaça com enchentes 15 cidades de MG e ES 46
Rayder Bragon
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte
06/11/201521h38
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Rompimento de barragens em Mariana (MG) deixa mortos e desaparecidos81 fotos
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6.nov.2015 - O rompimento de duas barragens da mineradora Samarco Fundão, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana (MG), causou forte enxurrada que atingiu casas vizinhas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 500 pessoas foram resgatadas Leia mais Douglas Magno/AFP
O Serviço Geológico Brasileiro alertou 15 cidades nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo para o risco de enchente devido à onda de cheia vinda do rompimento das barragens em Mariana (a 115 km de Belo Horizonte). A previsão é de que o volume de lama e rejeitos despejado pelas barragens de Fundão e Santarém cheguem na segunda-feira (9) em Linhares, no Espírito Santo.
Segundo a empresa responsável pelas barragens, a mineradora Samarco, cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram liberados com o rompimento das barragens, o suficiente para encher 24.800 piscinas olímpicas.
A lama que cobriu o vilarejo já passou pelos rios Gualaxo do Norte e do Carmo e desaguaram no rio Doce. O alerta foi disparado para as cidades de Ponte Nova, Nova Era, Antônio Dias, Coronel Fabriciano, Timóteo, Ipatinga, Governador Valadares, Tumiritinga, Resplendor, Galileia, Conselheiro Pena e Aimorés, em Minas Gerais, e Baixo Guandu, Colatina e Linhares no Estado do Espírito Santo.
Os informes são atualizados e podem ser acessados no site do órgão. A intenção é que eles sirvam de parâmetro para as defesas civis municipais balizarem as medidas que deverão ser tomadas. O risco de enchentes em cidades cortadas pelo rio, no entanto, somente será avaliado na manhã deste sábado (7) pelo serviço. De acordo com o engenheiro hidrólogo Artur Matos, a onda de lama deve chegar ao Espírito Santo na tarde da próxima segunda-feira (9), em Colatina.
A Prefeitura de Governador Valadares emitiu uma nota na qual prevê que a lama passe pelo rio Doce, na extensão que abrange a cidade, na madrugada de domingo (9). O informe não traz alerta para o risco de uma enchente. "A Defesa Civil esclarece que, de acordo com os dados obtidos, o que vai chegar em Governador Valadares é a lama na água do rio Doce, o que não significa que haverá inundação, ou seja, o rio Doce permanecerá no leito". A prefeitura condicionou o fornecimento de água à população ao monitoramento e análise da água quando a lama atingir a região. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto da cidade irá monitorar a qualidade da água do rio.
A administração de Governador Valadares adiantou que a empresa responsável pelo abastecimento de água da cidade entrou em contato com outras cidades e disse ter recebido a informação de que o tratamento adotado por elas tem sido suficiente para manter o abastecimento ativo, sem necessidade de interrupção.
Já a Prefeitura de Linhares, no Estado do Espírito Santo, declarou por meio de nota que a onda deverá passar pela cidade, na calha do rio, entre a noite de segunda-feira (9) e a madrugada de terça-feira (10). Não há menção à possibilidade de enchente. O boletim descarta ainda a previsão de contaminação da água ofertada para os moradores em razão de a captação ser feita no rio Pequeno. A prefeitura informou ainda que fez uma barragem nesse rio, em outubro deste ano, que servirá agora como uma barreira para evitar o contato da água do rio Doce com a do rio Pequeno.
Mais cedo, a ANA (Agência Nacional de Águas) informou que está fazendo avaliação de impacto ambiental para ver como e quanto as populações das cidades próximas onde houve o rompimento da barragem serão afetadas. A ANA fará ainda um plano de avaliação e trabalho para tentar encontrar uma forma de diminuir o impacto.
Cerca de 500 pessoas foram resgatadas
Cerca de 500 pessoas ficaram desalojadas e foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Eles abandonaram as casas e fugiram para partes altas do distrito, mas afirmaram que nenhum sinal de alerta foi emitido. A Samarco admitiu que avisou moradores somente por telefone.
As barragens se romperam por volta de 15h30. A do Fundão, que é maior, sofreu a ruptura primeiro. O subdistrito de Bento Rodrigues, situado a 35 km do centro da cidade história de Mariana, foi tomado pela lama resultante do rejeito da produção de minério de ferro. A avalanche destruiu a maioria dos imóveis. De acordo com a Samarco, o rejeito é composto, em sua maior parte, por areia e não apresenta nenhum elemento químico danoso à saúde.
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