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sábado, 10 de novembro de 2012

NUNCA É DEMAIS PUBLICARMOS HOMENAGENS TÃO SINCERAS DE QUEM FOI TESTEMUNHA DESDE A INFÂNCIA COM WALMIR SOARES DA SILVA

WALMIR SOARES, MEU VELHO AMIGO, JUSTIÇADO!
Diác. Edjasme Tavares Lima


A homenagem marcada pela presença física do povo de minha terra na cerimônia fúnebre do meu leal amigo Walmir foi exemplar. Uma comunidade amiga disse a ele: estamos ao teu lado até o túmulo. Foi um ato triste, porém, muito bonito e emocionante. Todos nós temos virtudes e pecados. Quem com suas virtudes ultrapassam seus pecados com grandes vantagens em testemunhos de amor ao próximo, este, será acolhido pelo povo com a bênção de Deus. Walmir tinha uma virtude que nos chamava a atenção: gostava imensamente dos pobres e marginalizados. Era um amor diferente, por pertencente à classe-média-alta da nossa sociedade e não rejeitava a oportunidade em servir os necessitados ao surgir à ocasião.

Sou testemunha ocular. Nasci no bairro do Corredor, onde ele nasceu. Fomos amigos de Infância, boa parte da adolescência e depois na fase adulta (ele tinha saído de Bom Conselho por uma boa parte de anos). Como bom e competente motorista de caminhão, inclusive no comércio de cargas, muitas vezes por conta própria, sempre foi hábil. Cresceu na vida, e nunca deixou de me ter a mais especial consideração e muito mais ao meu irmão – seu compadre – Paulo Tavares.

Foi no tempo do “Pau de Arara”, a grande evasão de nordestino para São Paulo, levava-se o povo nos caminhões e voltava com mercadoria. Naqueles bons tempos de nossa juventude: Walmir, João Nepoziano, Comp. Zé Frexeiras, João Frexeiras, Manoel Luna, Zé Foioió, Zé de Lôla, Armando Belo, tantos outros que me falha a memória neste momento. O Cel. Alípio Luna – meu padrinho de batismo – pai de Walmir, deu-lhe um caminhão (canela fina) financiado para este ir pagamento a pequenas prestações. Foi o “pingo d’água” para o nosso pranteado crescer na vida. Mas................, sempre conheci essa criatura de Deus como um autêntico festeiro e namorador, todavia, não falhava nos seus compromissos. Era pontualíssimo, nas suas obrigações financeiras. Devido a sua noção de responsabilidade, sempre que procurava seu pai, Padrinho Alípio Luna, encontrava respaldo. Tinha apoio. Homem de palavra. Brincalhão, contudo, respeitado. Nesse tempo de caminhoneiros, nunca chegava de São Paulo com o caminhão carregado de mercadoria, que não me chamasse e juntos, viajássemos saudavelmente, à cidade do Recife, descarregar o caminhão. Enquanto descarregavam sempre tinha amigos para vigiar durante nosso passeio pelas ruas da Capital Pernambucana.

Tinha as dele: Todas as vezes que passava para Recife carregado, apareciam jovens, pobres, desajustados, desempregados, a sua procura para leva-los em cima da carga (que não era tão alta) gratuitamente, e mais, patrocinava a refeição. Ele sempre tinha um recanto no final da carroceria para abrigar essa gente, principalmente na hora do aperto policial. Um das vezes ele levava dois. Daqueles que a gente apelidava de maloqueiro. Na cidade de São Caetano, perto do cemitério tinha um posto da Polícia Rodoviária Federal. Walmir sabia da proibição, transportar passageiros em cima de carroceria. Muito antes, chamou-os, colocou debaixo da lona e deixou só uma brechinha para respirarem. O guarda descobriu porque um deles tossiu e se mexeu. Causou confusão. Quando o guarda falou alto, ele pediu, por favor, que baixasse a voz, porque estava respeitando a ordem, escondendo os jovens que eram muito pobres e iam trabalhar em Recife. Era, portanto, uma caridade. Mas..................... Walmir “pinicou o olho” para eles, estes entenderam e foram embora. Disfarçadamente, esperam muito adiante o caminhão porque não tinha dinheiro para comer e nem viajar. O guarda tentou aplicar a multa, ele não aceitou e prometeu ao mesmo que iria a Recife, comunicar ao chefe deles. Foi lá, além de conseguir despensa das infrações ainda fez uma grande amizade e não abandonou seus amigos.

Ao regressarmos à Bom Conselho, (mais outra interessante) pela região do sítio Pau Grande, fomos (de caminhão) atender um convite da festa do casamento de uns humildes e bondosos matutos. Quando chegamos o fole estava roncando, entramos na sala de dança, a casa era tão pequena e baixa, que nós dois os mais altos de todos, colocamos os bonés pendurados na “cumeeira” da casa, e, conforme o costume e a tradição os anfitriões nos ofereceram as respectivas damas para dançarmos. E lá ficamos até as tantas da noite com toda tranquilidade.

Passado o tempo, ele e eu, entramos na política partidária, partidos diferentes, contudo, amizade firme e forte. Fomos eleitos. Projetos dele, com certeza recebia a aprovação minha e de meus colegas de bancada, e nos meus, ele fazia a mesma coisa. No meu primeiro mandato fui morar em Caruaru na mesma profissão de cartorário que exercia aqui na boa terra.
Sempre que visitava esta terra, tinha a obrigação de dar meu abraço nesse amigo tão querido. Ele como Prefeito do Município sempre ofereceu seus préstimos para o que eu quisesse e dependesse dele para servir. Bom assim foi como Deputado Estadual. Na Assembleia fui vária vezes defender os direitos dos cartorários no que tange a Tabela de Custas Judiciais. Ele dizia assim: “Di prepare o projeto e deixe comigo. Irei batalhar”. Lutava até o fim e ainda me dava espaço e acesso nos ambientes privados dos Representantes do Povo me apresentando aos seus colegas. Sempre zelou e amou sua família.

Walmir Soares, homem de poucas letras e de incomparável inteligência. Educado até dizer basta. Em todos os compromissos sociais, políticos e comerciais que se envolvia, sempre, teve êxito. Nesses ambientes andava sempre bem vestido e sabia se comportar com fino cavalheiro.


Estou prestando minha homenagem a um velho amigo que nunca deixou desmerecer esse vínculo de amizade, nem por questão social, nem política e nem financeira.

Deus lhe proteja nessa outra vida, de um bom lugar e durma em paz.
Com a graça de Deus

Diác. Edjasme Tavares Lima

FONTE: Da COLUNA do Acadêmico e Diácono EDJASME TAVARES LIMA, na Academia Virtual PEDRO DE LARA, no site: www.bomconselhopapacaca.com.br  de  SAULO BEZERRA


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