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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

PERNAMBUCANO DE FREI MIGUELINHO, NÃO TEM MAIS PARENTES EM SUA TERRA E VAI VOLTAR PARA O ALASKA, NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA.

03/12/2012 19h32 - Atualizado em 03/12/2012 19h33

Há 1 mês em aeroporto do Rio, idoso aguarda passagem para os EUA

Segundo sobrinho de Adauto, passagem prometida não foi comprada.
Governo de PE disse que vai pagar, após desistência de consulado.



Do G1 Rio*

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Adauto; idoso; aeroporto; rio (Foto: Janaína Carvalho/G1)Adauto recebeu o passaporte na última quinta (29)
(Foto: Janaína Carvalho/G1)
O pernambucano Adauto Luiz de Souza, de 81 anos, que mora há mais de um mês no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, no Rio, já conseguiu um passaporte e o visto norte-americano para voltar ao Alasca, nos Estados Unidos, onde vive há 48 anos. No entanto, ele ainda não sabe quando retorna à sua casa.
O sobrinho de Adauto, Roberto Luiz de Souza, disse ao G1, nesta segunda-feira (3), que ainda não foi comprada a passagem prometida pelo governo do estado de Pernambuco.
Assim como o personagem de Tom Hanks, no filme 'O Terminal', Adauto passou a morar no aeroporto, após perder todos os documentos e o dinheiro que carregava.
Geruza Felizardo, gerente do Sistema Único da Assistência Social da Secretaria de Direitos Humanos de Pernambuco, informou que na semana passada uma pessoa da delegacia do Aeroporto Internacional Tom Jobim ligou para o o governo pernambucano para ver a possibilidade da compra da passagem de seu Adauto.
"Na sexta-feira (30), essa pessoa disse que o Consulado Americano iria conseguir a passagem. Nesta segunda (3), ela nos disse que o consulado não iria mais comprar e nós retomamos a busca da passagem. Estamos avaliando preços e voos e [a passagem] deve ser comprada até amanhã [terça, 4], só estamos dependendo de liberação de verba do governo [estadua]l", disse Geruza.
Sobrinho achava que tio havia morrido
Um casal que ficou sensibilizado com a história também se ofereceu para pagar a passagem, dar dinheiro e custear o hotel até a data da viagem. Adauto aceitou a ajuda e está hospedado em um hotel no aeroporto desde 29 de novembro. No mesmo dia, ele conheceu o sobrinho Roberto, que só tomou conhecimento que o tio estava vivo, após reportagens veiculadas na imprensa. Para a família, Adauto havia morrido há 60 anos.
O idoso contou que veio ao Brasil, justamente para tentar reencontrar a família em Pernambuco. Ele chegou a viajar pelo interior do estado, mas voltou ao Rio de Janeiro depois que ficou sem dinheiro e não conseguiu achar os parentes.
“Cresci vendo a foto dos meus tios mortos num quadro na sala da casa da minha avó. Ela sempre chorava pelos filhos que achava que tinha perdido. Ela ficaria imensamente feliz de saber que o filho está vivo”, afirma Roberto, ressaltando que no início da década de 50 dois tios e seu pai saíram de Frei Miguelinho, em Pernambuco, e vieram para o Rio de Janeiro.
Para fazer sua higiene pessoal durante o período em que dormiu nos bancos do aeroporto, um funcionário, que preferiu não se identificar, deu sabonetes, mas, o aeroporto não dispõe de chuveiros e Adauto utilizou um copo para tomar banho.
Sem família
Adauto informou que não teria familiares ou amigos no Alasca, onde vive. “Vida difícil, minha filha”, disse emocionado. Para sobreviver, ele trabalha com processamento de água. “Eu processo água suja para ser boa para beber em seis meses”, explicou Adauto, que revelou ainda que é aposentado nos Estados Unidos.

“Moro em uma cidade chamada Fairbanks, onde sou aposentado. Meu negócio lá é comer peixe fresco e beber cerveja, é só o que eu faço lá”, recordou saudoso.

Vinda ao Brasil
O registro da Polícia Federal dá conta que Adauto desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, na manhã do dia 12 de outubro deste ano. Ele conta que seguiu para Pernambuco em busca dos familiares, mas não os encontrou. "Eu fui lá, gastei tudo que eu tinha nesta viagem (cerca de 4 mil dólares) e não consegui achar nenhum deles", disse.

Adauto de Souza confessou que não sabe como chegou ao Rio de Janeiro porque bebia muito na época em que chegou ao país, nem onde ficou seu passaporte. Ele chegou a ser encaminhado para um abrigo pelo Posto Avançado de Atendimento a Migrantes da Guarda Municipal, em 30 de outubro, mas retornou ao Galeão. "Lá não era lugar para mim", declarou.

*Colaborou G1 PE
FONTE: G1 RIO DE JANEIRO - GLOBO RIO

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