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domingo, 11 de setembro de 2011

TEXTO ENVIADO PELO AMIGÃO DR. JOSÉ FERNANDES COSTA

....ATÉ AÍ, MORREU NEVES:Sempre tive curiosidade de saber o que essa expressão popular significava. Gosto das expressões populares e, de quando em vez, pesquiso suas origens.O fato é que havia um assessor do Padre Feijó, aquele mesmo que você se lembra, das Regências, Joaquim Pereira Neves, que foi morto barbaramente pelos índios. Durante muito tempo só se falava nisso na cidade, há ponto de a população, de saco cheio, não querer mais ouvir sobre o assunto. Daí, surgiu a expressão: - “Até aí morreu Neves”. Eu quero novidades, disso já sei eu, quero noticias frescas, diziam muitos.A morte do Neves foi um fato inquietante, primeiro pela forma como morreu, segundo, porque morreu; e a morte seja de quem for, causa impacto nos vivos. Porém, para muitos, era um desconhecido, sem nada ter a ver com a gente. Aí as pessoas davam de ombros e iam cuidar das suas vidas. Até hoje é assim: com o mundo quase que dividido em tribos e clãs, entre pessoas e empresa; se a coisa não me atinge, não aconteceu na minha área, não dou importância. Mas, não é bem assim; as coisas, pessoas e empresas se interligam nesse mundo globalizado. E se a barba do nosso vizinho arder,convém pôr as nossas de molho, como diz o outro adágio popular. Onde quero chegar? – Na crise americana, na quebra de bancos poderosos, na débâcle das hipotecas; enfim, no caos econômico que estamos vivendo. No efeito dominó desse crash, que ,dizem os experts, nosso país está imune, navegando em mar de almirante. Mas, eu temo os efeitos colaterais da crise; temo as proporções dela; afinal, ninguém sabe o tamanho real do buraco. E como na briga entre o mar e o rochedo, quem sai esmigalhada é a ostra, nós, pequenos moluscos, nesse mundo interativo, devemos, sim, nos importar com o Neves. Pode ser que sejamos chamados a pagar a conta do enterro; e, quem sabe, tenhamos que carregar esse defunto por um bom tempo, sem poder arriá-lo. E vai ficar a sensação desconfortável de que, devíamos sim, fazer alguma coisa por ele.Clique aqui para re-publicar este artigo em seu site ou blog. É fácil e de graça!   Miriam de Sales - Perfil do Autor:

Baiana, mulher, 65 anos, professora, escritora amadora, trilingüe; gosto de arte, literatura, cinema,viagens.

Fonte:  De autoria da professora MIRIAM DE SALES
Colaboração do Dr. JOSÉ FERNANDES COSTA.           

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